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COP26: “Missão 1 para 200”, um veículo de financiamento para a alimentação e nutrição em África, vai dar apoio aos agricultores africanos para se adaptarem às alterações climáticas

10-Nov-2021
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Um veículo de financiamento para a alimentação e nutrição em África que tem o apoio dos governos africanos vai mudar o jogo para a mobilização financeira e tecnologia para os pequenos agricultores africanos que suportam o peso dos impactos negativos induzidos pelas alterações climáticas.

A "Missão 1 para 200", tal como foi agora apelidada, visa aumentar o acesso a uma dieta acessível e nutritiva por parte das populações africanas em situação de insegurança alimentar e fornecer tecnologias resistentes ao clima a 40 milhões de agricultores, disse o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Dr. Akinwumi A Adesina, durante a sua apresentação deste veículo financeiro, à margem da cimeira COP26, na segunda-feira, 8 de novembro.

O Banco Africano de Desenvolvimento, juntamente com governos e parceiros de desenvolvimento, aprovou este veículo de financiamento que tem o ambicioso objetivo de mobilizar mil milhões de dólares para alimentar 200 milhões de pessoas em África até 2025.

"Este veículo permitir-nos-á efetivamente produzir 100 milhões de toneladas de alimentos, suficientes para alimentar 200 milhões de africanos... permitindo-nos reduzir a fome em África em 80%", disse Adesina. "A visão é clara; juntos, vamos atingir a fome zero em África", acrescentou.

O Dr. Adesina falou num evento intitulado ‘Financiando a Adaptação da Agricultura em África’, coorganizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), no Pavilhão África COP26, em Glasgow.

A sessão incluiu o professor Moussa Baldé, ministro da Agricultura e do Equipamento Rural do Senegal; Josefa Sacko, Comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Patrick Verkooijen, diretor executivo do Centro Global para a Adaptação; Carlos Manuel Rodriguez, CEO e Presidente do Fundo para o Ambiente Global; e Roy Steiner, director executivo da Fundação Rockefeller.

Concordando com Adesina, o presidente da IFAD, Gilbert Houngbo, disse que a tecnologia seria a chave para a produtividade e para os três P’s: produção, produtividade e proteção.

"Não se trata de investir na produção alimentar, trata-se de investir nas pessoas por detrás da produção alimentar". Não podemos esperar. Temos de começar já", acrescentou.

Outros painelistas da sessão discutiram opções de adaptação para melhorar os sistemas alimentares africanos. Patrick Verkooijen, diretor executivo do Centro Global para a Adaptação, um parceiro do Banco na defesa dos esforços de adaptação do continente através do Programa de Aceleração da Adaptação em África (AAAP) descreveu o AAAP como uma das "mais ousadas iniciativas africanas de adaptação no mundo".

O veículo de financiamento, uma componente do projeto da AAAP, inclui o incentivo à adaptação para atingir 30 milhões de pequenos agricultores africanos.

"O financiamento das alterações climáticas através da adaptação será muito mais rentável do que pagar pela resposta a crises, pelo alívio de catástrofes... precisamos que o financiamento flua e que as parcerias apresentem resultados", disse Verkooijen.

Governos africanos de acordo sobre a necessidade de acabar com a subnutrição

Em abril, o Banco e o IFAD acolheram um Diálogo Virtual de Alto Nível sobre "Alimentando África": Liderança para Aumentar as Inovações de Sucesso", que contou com a presença de 18 Chefes de Estado africanos que apoiaram a ideia do veículo de financiamento.

Desde que o Banco Africano de Desenvolvimento lançou a sua Estratégia Feed Africa (Alimentar África) em 2015, mais de 74 milhões de pessoas estão a beneficiar do acesso a tecnologias agrícolas melhoradas, disse Adesina. Ao abrigo do programa emblemático desta estratégia, Tecnologias para a Transformação Agrícola Africana (TAAT). cerca de 11 milhões de agricultores, em 29 países africanos, foram dotados de tecnologias agrícolas comprovadas em menos de três anos.

Através das TAAT, as variedades de trigo tolerantes ao calor crescem em cerca de 1,8 milhões de hectares na Etiópia, Sudão e noutros seis países. As TAAT aumentaram a produção alimentar em mais 100 milhões de toneladas por ano - o suficiente para alimentar mais 200 milhões de pessoas, ou 81% dos africanos com fome crónica.

"As soluções existem, mas não estão a chegar aos agricultores à escala. A visão aqui delineada de mobilizar mil milhões de dólares para atingir 200 milhões de agricultores para os ajudar a adaptarem-se às alterações climáticas é o que precisamos de fazer", disse a Dra. Beth Dunford, Vice-Presidente do Banco para a Agricultura e Desenvolvimento Humano e Social, nos comentários que encerraram a sessão.

COP26 - High-Level Side Event on Financing Agriculture Adaptation in Africa

Contacto: 

Amba Mpoke-Bigg, Communication and External Relations Department, African Development Bank, email: [email protected]

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